O sujeito, ao que parece, era um “extremista de centro” ou um “isentão radical”, condenando igualmente Lula e Bolsonaro pela “polarização”. Escreve Rodrigo Constantino.
18/11/2024 10:44
“Todo tirano sempre fala em nome da democracia e do povo”
Hoje é feriado no Brasil. Celebra-se um… golpe de estado! Mas deixa isso pra lá, pois pode dar “bug” na cabecinha dos “salvadores da democracia”, que agora enxergam terrorismo em fogos de artifício lançados contra uma estátua, mas não ousam chamar o Hamas de grupo terrorista. No Brasil o bagulho é doido mesmo!
A velha imprensa, em especial aquele veículo de comunicação que recebeu quase duzentos milhões de reais do governo Lula, tentou jogar o suicida com problemas psiquiátricos no colo do bolsonarismo, mas o sujeito, ao que parece, era um “extremista de centro” ou um “isentão radical”, condenando igualmente Lula e Bolsonaro pela “polarização”.
Alexandre de Moraes disse que a impunidade torna o criminoso mais agressivo, e ele não estava falando dos corruptos da Lava Jato ou dos traficantes do crime organizado que saem pela porta da frente da prisão com aval supremo: ele falava dos manifestantes do 8 de janeiro. Estranho, já que o suicida mencionou em sua mensagem justamente a cabeleireira presa por usar um batom numa estátua. Pegar mais de dez anos de cana por isso seria “impunidade”, ministro?
O diretor de Polícia Federal usa como pretexto um suicida e um batom para pregar censura nas redes sociais, como se estivesse diante de uma terrível célula terrorista, como se fosse o Hezbollah da vida. Isso mais parece postura de capanga de ditador tentando bajular seu chefe, não é verdade?
Simone Tebet garante: nunca há um “lobo solitário”, é sempre uma matilha. Moraes fala em “contexto” e Barroso explica que existe uma “continuação”, está tudo ligado. Eles falavam de Adélio Bispo, por acaso? Quem mandou matar Bolsonaro? Até aqui, o “golpista” que “ameaça a democracia” foi o único a sofrer um atentado. Mas nada disso importa no país da “democracia relativa”.
Todo tirano sempre fala em nome da democracia e do povo. O consórcio possui apenas narrativas, nada mais. Carmen Lucia, presidente do TSE, diz que temos que preservar nossa democracia. Ela também dizia que o “cala a boca” já morreu, e admitiu que houve censura durante as eleições, mas era “temporário”. Ainda temos jornalistas sob censura prévia no Brasil, mas a ministra não deve ter reparado…
Enquanto isso… a Lava Jato ainda respira! STF rejeita recurso e mantém condenação de Collor. Caramba! Alguém condenado ainda pela Lava Jato?!?! Um milagre! Lula de volta à cena do crime, como diria Alckmin, Dirceu livre, leve e solto, assim como Sergio Cabral, e eis que temos alguém ainda condenado?! Como assim?! Por que será?! Ah! Ele apoiou Bolsonaro…
Eu poderia continuar ad infinitum, pois o Brasil cansa, e muito. Mas não quero estragar o feriado da turma. Podem abrir uma cerveja e relaxar. Vamos comemorar o aniversário de nossa “república”, que mais parece uma republiqueta das bananas, um puxadinho de um clã no poder, um regime tribal cujos donos perseguem quem ousar criticá-los. O império das leis é um conceito estranho demais para nossos iluminados tupiniquins…
Por Rodrigo Constantino, economista pela PUC com MBA de Finanças pelo IBMEC, trabalhou por vários anos no mercado financeiro. É autor de vários livros, entre eles o best-seller “Esquerda Caviar” e a coletânea “Contra a maré vermelha”. Contribuiu para veículos como Veja.com, jornal O Globo e Gazeta do Povo. Preside o Conselho Deliberativo do Instituto Liberal.